29 de junho de 2009

Nada vai te bater mais forte que a vida

Santo hedonismo. Barquinhos de papel flutuando num doce mar lúdico. Barcos afundam, pessoas, planos, sonhos, medos - Afundam. O que te puxa pra baixo é a linha do destino, ou as famosas linhas tortas que Deus (se existisse) escreve nossas lascivas histórias. Nós somos artistas de circo: nos equilibramos na corda da vaidade. Sempre com o peso de quinhentos sonhos nas costas. Sonhos meus, sonhos teus, sonhos nossos. Carregamos toda a dor do mundo no umbigo. "A corrente se tornou mais forte que minhas braçadas." Todo esse álibi consolador da solidão que move São Paulo: o movimento. A calada das vielas, o cheiro das boites libidinosas. As milhares de putas que prometem amor por dois reais. Santo hedonismo! E eu morrendo por não cobrar nada...

26 de junho de 2009

O sagaz - Como assim, rapaz?

Uma bailarina voadora. Milhões de luzes entre o palco e o imenso sentimento de dançar sobre os céus. Acusador! "Nada que voa por muito tempo permanece no ar." O denso ar. As palavras que demoraram a sair, a vontade de nascer de novo. Novas confissões com velhas novidades. Um arrepio, um vento gelado. Sonhou, foi? Vingamos. A beleza de um prato frio, o asco por alguém que você dedicou todos os segundos dos últimos tempos. O rosto - deformado - que se dilatou no momento. O sorriso nervoso, o medo do sangue, a preocupação com a morte, o alívio pela vida. O melhor de nós (proporcionamos, com certeza). As melhores lágrimas de nossas vidas - as dele. Um ponto final com gosto de vírgula. Um sem duas. Duas com duas. Oportunidades. Amém!

Fortes / Convictas: Até o Fim

A Arte de
(Sub)
Estimar.

Experiência Laboratorial. Duas fêmeas soñadoras. O líquido da existência jorrado em lamparinas de cristal. Existência! Todo o conjunto do não - misturado ao sim - Coexistência. A fina camada entre uma amizade e a ostensiva, o humilhante drama entre os passos na escada e o fim. Intervenções nucleares, narrativas solares. Luz intensa. Meu Eu, Seu Você. Dez centímetros entre a tesoura e o ninho. O inesquecível foi esquecido. O imenso buraco entre nosso caráter e sua falta do mesmo: Sumiu.


22 de junho de 2009

Eu e meu exército de Eu.

Hoje resolvi vomitar minha maldade. Hoje resolvi espalhar aquele fiozinho de discordância. Hoje eu resolvi colocar pra fora todas as mágoas noturnas, todas as vontades soturnas. Hoje eu vi cinquenta fiéis agonizando. Hoje eu vi metade da população rir na cara do palhaço como se ele fosse piada. Hoje eu resolvi que nada é nada, que tudo é nada, que todo mundo é nada. Difícil é perder metade de você num enterro suburbano. Fácil é meter a de "Vai todo mundo se foder!". Difícil é continuar na estrada do engano mesmo quando você sabe que o fim tá perto (ou gostaria que estivesse). Fácil é perder um feto numa pinça de hospital. Difícil é saber que os mesmos olhos que derramaram lágrimas por você num segundo, desejaram o corpo de outra mulher no próximo segundo. Fácil é chorar. Difícil é curar.

Foram os piores quatro anos da minha vida, e todos os próximos anos também serão. Perdi oitenta por cento da minha fé, noventa por cento do meu amor e cem por cento da confiança em tudo, em todos.

***

Hoje eu vi Deus.

15 de junho de 2009

becoming: SARAU


Texto a caminho: sagaCIDADE - Sangue de bairro

Sábado tem o Sarau, provavelmente alguns textos (nunca lidos antes) serão desvelados por lá.

:)