28 de julho de 2009

Maiakóvski

"Julieta: Sem se mexer, o santo exalça o voto.
Romeu: Então fica quietinha: eis o devoto. Em tua boca me limpo dos pecados."

William Shakespeare


A idéia da marginalidade se fundir a grande realeza da poesia. Choca. Destroça conceitos. Fere até a modernidade. Se dilui com o conceito do não e acrescenta ao conceito do sim. É como vomitar a essência das flores. É como negar a musicalidade existente no grito de uma moça mal-amada que espalha a quatro ventos a dor de sua infelicidade. Dizem que sorrisos são como dádivas. Pra mim, dádiva é subir em pedastal de escada rolante e avisar aos senhores passageiros que estamos passando por turbulências. As saídas não se encontram à direita. Nossos destinos se resumem a um impávido porra nenhuma! Da lama ao caos, do caos a lama.



Atirei meu sorriso pra você, meu poeta
Abaixe-se e olhe
Vire-se e veja
Uma puta na cama e uma dama na mesa.






23 de julho de 2009

Desmanipule-se: COMING SOON

D e s m a n i p u l e - s e

Desafine
Desarrume
Desdenhe


21 de julho de 2009

Mangue

Ma petit. Comemorar as bombas. Nuclear, ataque tóxico. Acid Jazz, lasanha. Sempre tem alguém dormindo do teu sofá, vivendo sua vida, seguindo o teu, esquecendo o próprio (o eu, o antes, o outrora, o depois) . NUNCA! Eu? Segura assim? NUNCA! Fecha a boca, não grite à quatro ventos sua vitória! Deus ouve muito bem. Castiga, humilha, arranca.
Puxa. Grita. Mostra.

Suas convicções derramadas por aí, sem nada pra depois. Seu cheiro em mim. Todo aquele sadomasoquismo pra nada? NADA! Toda aquela putaria que nos unia, tudo que você enfiou guela abaixo. De gozo a percepção. Do seu pau ao sol amigável.
Fechei a gaveta, amor. Sem papéis nem almas jogadas. Sem nomes, sem donos, sem rumores. Não me espera. Não espera. Minha temporada das flores passou e eu - não tenho moral - nem posso abrir minhas pernas pra você. Mas seja bem-vindo, é muito bom te ver passar.





15 de julho de 2009

Putinhas quentes. Tristes e quentes. Putas velhas, putas novas. Putas. Láudano e absinto. Sem rosto, sem roupa. Sem vida, sem morte. Paradas. Transando sem transar. Gozando sem gozar. O tudo pra mim. O nada pra você. A escuridão da minha pupila dilatada. A claridade da sua cafajestagem. Chupa aqui. Meu pudor - nem existe!




Vem quente
Que eu tô
F e r v e n d o!

14 de julho de 2009

Prestar

Eu sinto cheiro de homem cafajeste. Eles me atraem, não me repulsam. Atraem ao ponto de cegar, repulsam ao ponto de amar. Três ou quatro por mês, de hora em hora. Eles aparecem sempre, na vida de qualquer mulher, mulherzinha, mulherão. Foda por foda...
Eu sempre sei quando alguém vai me encantar. Um rosto, uma palavra que eu gostaria de escutar. Alguém que chegue e simplesmente me abrace sem dizer nada. Alguém que olhe pros meus olhos na hora certa. Pros meus seios na hora certa. Alguém que me diga: "Eu te adoro", mas que saiba dizer um "Eu quero te foder aqui e agora". Alguém que fale de Miller e Houellebecq. Alguém que fale de Silvio Santos e Zeca Baleiro (sem perder a majestade). Alguém que saiba quando eu tô de TPM e se preocupe se a menstruação atrasar. Alguém que goste mais de Marlboro Light. Alguém que perceba a minha posição favorita pra transar. Alguém que sinta a brisa do cabrobró. Alguém que me ache confusa mas que não ligue pras minhas confusões. Alguém que se misture. Comigo - e tão somente - comigo.


9 de julho de 2009

É só você ficar de quatro e olhar pra trás - RETURN

02:21 am. Sexo a lua nua. Três bongs fumaçando. Eu, uma amiga e um pau (que não era de plástico) delicioso. Nós duas - como sempre - esquentando a noite. Lambidas, gemidos. Três dedos atolados na quentura. Milhões de pérolas negras perdidas no olhar. Putaria enérgica, quase sem fim. Aquele cheiro de mulher adocicada. Puxadas no cabelo, quatro pernas abertas. Lábio com lábio, língua por língua. Um meia nove delicioso regado a tempo. Uns quarenta minutos. "Tu é hetero mas adora ser chupada, né?" - Opa, mas é claro! Chupa aí, sei que gosta mesmo. Chupa bem gostoso que é pra isso que você tá aqui, bitch. "O pau me espera" - pensei. Passei pro macho, chupei ele bem gostoso (bem gostoso mesmo). Fico de quatro, esperando tudo aquilo me foder imensamente.

[continua]

1 de julho de 2009

O velho flagelo escrito

Eu tenho algumas chaves guardadas. Portas, caminhos, destinos, lugares. Guardo uma volúpia sufocante nos olhos. "Acenderam as luzes justamente quando eu ia lhe mostrar o infinito em brasas." A mágica do belo porra nenhuma. O mentor mata o leão a dentada mas sucumbe diante dos poderes de uma frágil costela. É essa (e tudo que houver around) a nossa arte. É o sopro do levante. O grande flagelo da massa. Essa é a saga da bucetinha gostosa que vos write. Eis o bruto - puro e unânime - bruto. Um deleite corporal ou uma gaveta velha? Dois peitões deliciosos ou uma bela merda de(mente)?
Que romantismo cruel! Minhas chaves guardadas cheiram a sexo, ao fogo de tudo que eu vivi. De punhetinhas dançantes a sexo selvagem num hotelzinho pulguento. De mordidas sangrando a bela cumplicidade de dois amantes. Da mais pura cafajestagem ao mais bruto sentimento de piedade. De vômitos na sala as flores que guardei na geladeira. Da mais deliciosa perversão ao simples nada. Do fogo ao vento. Do venha a nós ao vosso reino a explosão da carcaça. Devassa, lasciva. Eu - eu e eu - Mais eu.